Um olhar por Kuala Lumpur
by Tomás Watts
Kuala Lumpur é a Nova Iorque do Sudeste Asiático. Um lugar onde tudo, mas mesmo tudo acontece! É uma cidade enérgica de alta voltagem, que bombeia ânimo por todas as artérias da Malásia. Um local que parece ter sido tirado de uma banda desenhada de super heróis. Não acreditam? Então vamos testar!
Dayita, uma jovem emigrante indiana, está num comboio em direção às grutas de Batu, onde se encontra um dos mais importantes templos Hindus fora da Índia. Um templo construído dentro de grutas repletas de macacos e morcegos nos subúrbios da KL City. Dayita olha pela janela e repara num lagarto de cerca de um metro de comprimento, que corre velozmente competindo com o comboio e não vencendo a corrida por pouco. Javi, o noivo de Dayita, espera-lhe junto às grutas no meio de mulheres indianas que vendem colares sentadas no chão e perto de um grupo de macacos endiabrados que roubam comida a turistas distraídos. Javi prepara uma oferenda para Ganesha, a deusa elefante da sabedoria. Acende incenso e começa a subir as escadarias do Templo. Ao chegar ao topo olha para trás e vê o panorama da cidade, reparando essencialmente nas distantes Torres Petronas que se destacam a meio de todos os arranha céus.
Junto às Torres Petronas está um casal alemão que se mudou recentemente para KL, Sebastian e Mia. O casal, completamente suado com os 30ºC permanentes que avassalam a cidade, pede a um jovem chinês, Tong, que lhes tire um fotografia junto das magníficas torres. O casal agradece e vai em direção ao centro comercial que se situa por baixo das Petronas, de maneira a poder apanhar algum ar fresco. Sebastian vai a um restaurante comer um prato enorme de chicken noodles por 2€. Mia vai à gigantesca livraria do centro comercial, ficando horas na seção de livros de banda desenhada japoneses, fascinada com a disposição das letras na vertical e com a maneira oposta de abrir os livros.
Tong regressa à Chinatown onde trabalha num restaurante de street food. Começa a prepara a comida numa rolote no meio da rua quando, de repente, começa a chover torrencialmente. Tong abre rapidamente um enorme guarda chuva por cima da rolote e continua a cozinhar como se nada tivesse acontecido. Cerca de cinco minutos depois para de chover e o forte sol da zona equatorial começa a brilhar novamente.
No topo da Torre Menara, Mustafa, um emigrante turco, usa binóculos para vigiar a sua mulher Camelia que se dirige em direção à Merdeka Square. Camelia está num grupo de mulheres muçulmanas que usam véus de diversas cores. Após alguns minutos, Mustafa dirige a sua atenção para a Merdeka Square e repara no seu filho Ensar que se encontra a fazer truques de skate no meio da praça. Camelia chega com o seu grupo ao centro da Merdeka Square, olhando para a haste de uma das mais altas bandeiras do mundo. Subitamente, uma animadora sobe ao palco do centro da praça e música latina começa a tocar. Camelia olha para o seu lado direito e repara num grupo de homens chineses. Depois para o seu lado esquerdo e vê um grupo de jovens europeus. À sua frente estão três mulheres indianas e à sua trás o seu grupo de amigas muçulmanas, provenientes de diversos países. Chega ainda um casal africano que se senta no jardim a olhar para o espetáculo. Está a passar a música do Despacito e as centenas de pessoas de diversas nacionalidades, religiões e etnias começam subitamente a dançar Zumba.
Sim, isto é, Kuala Lumpur! Isto é a Malásia, um suposto país do terceiro mundo que supera o mundo ocidental nos mais diversos índices de desenvolvimento.
Esta é uma cidade que eu poderia viver sem problema nenhum! Isto é KL City, um lugar que eu irei regressar!